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ÉRAMOS SEIS CORAÇÕES DE ESTUDANTES

  • Foto do escritor: Roberto Monteiro
    Roberto Monteiro
  • 13 de jun.
  • 2 min de leitura

Em 1975, iniciei o curso de Engenharia Civil em Lins, uma cidade pequena, de calor escaldante e água salobra. A adaptação inicial foi difícil, e o curso exigia excelência e desempenho máximo dos alunos. Ao chegar, fui morar em uma república de estudantes — uma casa com apenas três quartos, divididos entre nove pessoas. Mas a convivência com os colegas não deu liga.


Nesse período, o que me deu fôlego e abriu portas na cidade foi o futebol. Esse esporte sempre foi minha paixão e modéstia à parte, eu sempre fui bom de bola.


A partir de 1976, Eu, Beto, Quinho, Cupião, Márcio e Zé Henrique montamos uma nova república — e formamos um verdadeiro timaço, daqueles que até Carlo Ancelotti invejaria.


A sintonia entre nós foi imediata. Seguimos inseparáveis até 1980, mesmo depois de eu ter decidido antes, me mudar para Mogi das Cruzes. Pouco tempo depois, os outros também seguiram o mesmo caminho. No fim, todos nós nos formamos juntos na UMC (Universidade de Mogi das Cruzes).


Lins ficou para trás, junto com o futebol, a cerveja, as namoradas e as incontáveis histórias. Mas faço aqui uma pequena exceção, porque algumas coisas não poderiam ficar de fora: dos seis, um não pagava ninguém; dois eram especialistas em mobiliar a casa... à custa do alheio; um tocava violão enquanto eu cantava, principalmente Belchior; outro demorava quase uma hora no banho — e só tínhamos um banheiro! O último era uma figura: enquanto todos aprontavam, ele apenas ria, mas foi justamente o autor da maior presepada de todos os tempos. Talvez a maior façanha de uma república estudantil no Brasil. Pena que não posso contá-la — mas estou rindo só por escrever e lembrar.


É evidente que, neste espaço, não cabem todas as histórias — que, aliás, renderiam um livro. Além dos cursos de Elétrica e Civil que fazíamos, a verdade é que aqueles seis corações de estudantes batiam forte mesmo na engenharia social: no carinho, no respeito, na solidariedade e no afeto, tomando conta da amizade que até hoje, carrego nos ossos.


Nunca houve um desentendimento sequer entre nós.

Ainda somos seis — engenheiros, hoje casados, com filhos, netos — com uma bela trajetória e muitas outras histórias para contar.


“Tudo é divino, tudo é maravilhoso, mas o amor... o amor é ainda mais.” - Belchior


Roberto Monteiro

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